A pedra de Sísifo,
Rola, des-rola, desenrola,
Subindo, sub-indo, descendo,
No infinito de sua futilidade.
Ofensa aos deuses,
Não há maior,
Do que vivo nascer,
E vivo continuar.
A pedra de Sisifo,
Vive, re-vive, faz viver,
Morre, vive-morre, faz morrer,
No infinito de sua banalidade.
Por tal pecado primordial,
O Homem é condenado.
Ao eterno caminhar,
De nada ao nada,
Por nada.
* Sísifo, figura da mitologia grega, foi condenado por Zeus a carregar uma pesada pedra até o topo de uma colina, de onde ela rolava para baixo. Assim, ele novamente a levava ao topo, para sempre
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Branco
Ele estava parado, olhando o nascer do Sol, e o fim de cada onda na areia. Ele se sente feio, pequeno, como que se tivesse cometido um erro. E assim, nesse estado, ele olha o Sol que nasce e se descobre vazio. Somos tão pequenos, nossas emoções tão mesquinhas, nossas dores tão falsas, nossas alegrias tão erradas, que toda nossa verdade não passa de uma mentira e que todo nosso ser não passa de nada.
E é nesse vazio que ele pensava. O nada da vida, a carência do sentido, a deficiência de seus substitutos. Apenas carbono em nossas almas, caminhando sem motivo. Entenda, suas emoções são nada, você não e nada, o Universo se resume a nada. E assim, nesse abismo, só nos resta que o coração pare, silencioso. O riso ecoa em seus lábios, mas no fundo ele não sente graça. Ele não sente.
Sim, claro há o prazer. É uma válvula de escape, é um significado. Ele não é pleno, mas ele sacia. Ele move, ele guia. Ele completa e dá uma razão. Não há razão melhor, e não o culpem por isso. Não se culpem por isso.
E pelo prazer ele tinha chegado ali e pelo prazer ele iria ficar. Ou partir. Alguns aprendem a superar toda dor. Digam o que quiserem os que tiram sua força de lagrimas e gritos. Não vejo motivo para a dor, quando a alegria ou a indiferença são tão próximas e verdadeiras quanto qualquer sofrimento.
Quando dois dados caem, tudo parece aleatório. Sem motivo, sem razão. Mas na verdade, todos os movimentos dele na mesa, toda as relações entre leis da natureza, do peso, da massa, do atrito , gravidade, tudo isso é preciso único e necessário. Saem-se dois pares de três, nunca que poderia ter saído algo diferente. Não naquele momento, não naquela força, não naquele ambiente. A necessidade de todo movimento, obvio, porem difícil de aceitar. E os humanos são como esses dados, igualmente sujeitos as mesmas leis e essas leis sim aleatórias e sem propósito. Nelas está a necessidade de propósito.
E é nesse vazio que ele pensava. O nada da vida, a carência do sentido, a deficiência de seus substitutos. Apenas carbono em nossas almas, caminhando sem motivo. Entenda, suas emoções são nada, você não e nada, o Universo se resume a nada. E assim, nesse abismo, só nos resta que o coração pare, silencioso. O riso ecoa em seus lábios, mas no fundo ele não sente graça. Ele não sente.
Sim, claro há o prazer. É uma válvula de escape, é um significado. Ele não é pleno, mas ele sacia. Ele move, ele guia. Ele completa e dá uma razão. Não há razão melhor, e não o culpem por isso. Não se culpem por isso.
E pelo prazer ele tinha chegado ali e pelo prazer ele iria ficar. Ou partir. Alguns aprendem a superar toda dor. Digam o que quiserem os que tiram sua força de lagrimas e gritos. Não vejo motivo para a dor, quando a alegria ou a indiferença são tão próximas e verdadeiras quanto qualquer sofrimento.
Quando dois dados caem, tudo parece aleatório. Sem motivo, sem razão. Mas na verdade, todos os movimentos dele na mesa, toda as relações entre leis da natureza, do peso, da massa, do atrito , gravidade, tudo isso é preciso único e necessário. Saem-se dois pares de três, nunca que poderia ter saído algo diferente. Não naquele momento, não naquela força, não naquele ambiente. A necessidade de todo movimento, obvio, porem difícil de aceitar. E os humanos são como esses dados, igualmente sujeitos as mesmas leis e essas leis sim aleatórias e sem propósito. Nelas está a necessidade de propósito.
sábado, 19 de setembro de 2009
Prefácio
Só sei que nada sou,
Do nada vim, e ao nada irei,
E rindo, vivo esse absurdo.
Sou, tanto quanto não sou,
Cada minuto vivo,
É um minuto que morre.
Uma poeira,
Que no nada,
Do nada vim, e ao nada irei,
E rindo, vivo esse absurdo.
Sou, tanto quanto não sou,
Cada minuto vivo,
É um minuto que morre.
Uma poeira,
Que no nada,
Torna-se tudo.
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